Retirado do site Paraná-Online
Redação O Estado do Paraná [18/07/2007]
Carolina, 12 anos de idade, anda bastante angustiada. É que está chegando o dia da sua primeira consulta com um ginecologista, e ela não se sente nem um pouco confortável para esse compromisso. “Esta preocupação é muito natural”, dizem os especialistas, salientando que, dependendo da maneira que a adolescente encara a situação, ela pode se tornar um verdadeiro suplício. “Agradável não é, mas também não é algo desesperador”, garante a pediatra Lucimara Baggio, enfatizando que o sucesso deste primeiro encontro é muito importante para que se crie um vínculo duradouro entre o médico e a paciente.
Para a especialista em adolescentes, os pais e a própria menina devem compreender que existem situações muito mais difíceis do que essa e que a prevenção é essencial para a garantia da saúde e da qualidade de vida. A Sociedade Brasileira de Ginecologia na Infância e Adolescência recomenda que a primeira consulta seja feita logo após a primeira menstruação, mas sabemos que nem sempre é isso que acontece. São várias as razões alegadas para adiar esse momento: medo do que vai acontecer lá, vergonha, falta de acesso a um serviço de saúde, medo de que a mãe descubra e por aí vai. A médica diz que é nessa hora que o corpo feminino começa a se transformar e surgem as principais dúvidas. Além disso, a fase coincide e marca simbolicamente o período evolutivo da mulher, ou seja, a passagem da infância para a adolescência. “Período bastante oportuno para receber esse tipo de orientação”, frisa.
Sentimentos aflorados
O professor do departamento de Clínica Médica da Universidade de São Paulo, MÍlton de Arruda Martins, diz que uma consulta médica é o encontro de duas pessoas que têm necessidades, expectativas e valores diferentes. De um lado o médico, detentor do conhecimento que promoverá os cuidados com a saúde, e do outro, a paciente que chega insegura, angustiada e fragilizada. Ainda mais sendo a primeira vez. “Daí, estes sentimentos ficam mais aflorados”, comprova.
No consultório, muitas sensações podem causar insegurança na menina. A sala de espera, o médico, o silêncio. “A menina que ali se apresenta, não chega com algum tipo de sofrimento físico, ela chega com todo o seu ser”, reconhece Martins. A compreensão desta dimensão, ainda mais em se tratando da especialidade ginecologia, na qual a paciente precisa dar permissão ao médico para tocar seu corpo de forma íntima, ganha contornos cruciais. “Podemos imaginar a habilidade e a delicadeza necessárias para que o profissional efetue um atendimento mais humano e adequado”, completa o médico.
Mas afinal, o que acontece nessa primeira consulta? A ginecologista Mariana Maldonado explica que a intenção nesse momento é conversar com a menina para saber que tipo de orientações precisa e fazer os exames necessários ao acompanhamento de seu crescimento e desenvolvimento. São avaliados o peso, a altura, o desenvolvimento dos seios e dos pêlos, tanto os da axila quanto os pubianos. “Tudo isso para ver se estão dentro do esperado para a idade”, esclarece.
Sozinhas no consultório
Muitas meninas iniciam a vida sexual sem saber como usar um método anticoncepcional corretamente. Pior ainda quando começam a usar pílulas sozinha ou porque a amiga toma e ensina, sem saber se pode ou se não pode usar. A especialista reconhece que é muito importante encontrar um ginecologista em que a menina possa confiar para fazer seu acompanhamento. Esse é o melhor momento para perguntar, tirar dúvidas e começar a construir um vínculo necessário para que o profissional a ajude a cuidar melhor da saúde.
Mesmo que torne angustiante, muitos terapeutas orientam para que as mães deixem suas filhas sozinhas na sala com o médico. “Isto influenciará na sua auto-afirmação”, dizem. Sentindo-se assim, a adolescente poderá explicar melhor o que sente e reconhecer a importância do autocuidado com a saúde e, assim, dar um passo importante para tomar conta da sua própria vida. Até mesmo os cuidados com os medicamentos devem ficar sob a responsabilidade dos jovens. No entender de Lucimara, os pais podem participar esclarecendo sobre alguma dúvida ou acompanhando algum tratamento. “Sem pressionar, é claro”, completa.
sexta-feira, julho 20, 2007
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Um comentário:
Gostei muito da matéria, confesso que fiquei mais tranquila ao saber o que acontece na primeira consuta.
Tenho 15 anos e gostaria de saber tambem se quando eu tiver a minha primeira consulta o medico indira se eu sou virgem ou naum.
Ou se por exemplo, ele me perguntar se eu sou ou naum virgem, ai a minha mãe estiver me acompanhando e eu disser q sim por vergonha.Ele vai olhar e vai comprovar ou naum?! se eu disser, sim eu sou virgem ele simplemsnete vai ficar quieto e não vai m olhar e comentar nada?!
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